quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Balões de água e o Peter Pan

Aparentemente os balões de água nada têm que ver com o Peter Pan, mas isso não é bem assim. Na verdade existem cinco elementos de conexão, eu mais cinco amigos meus. Já todos passámos a barreira dos 18 pelo que supostamente deveríamos já ter entrado na maioridade. Contudo dizem-nos, e provavelmente com razão, que sofremos do complexo de Peter Pan, que já não temos idade para fazer certas coisas. Por exemplo atirar balões de água de um oitavo andar nas Olaias é uma actividade que nos está vedada pelo peso da idade. Mas nós, ao bom estilo de maiores das nossas aldeias decidimos quebrar barreiras e levar o nosso plano a bom porto, ou seja, fazer emboscadas com munições de água. Sim, é verdade que o tempo de Carnaval já havia passado, mas para mim o Carnaval mais não é que uma desculpa para uns se vestirem de mulheres, portanto tivemos o nosso fora de tempo.

Como qualquer exército que se preze, escolhemos um lugar estratégico que nos desse a cobertura necessária para podermos atirar os balões sem sermos descobertos. Esse local foi o oitavo andar do prédio de um de nós, que correspondia ao terraço onde se encontravam as arrecadações. O caminho para lá chegar era algo atribulado. Em primeiro lugar acedíamos ao lado errado do terraço, pelo que tivemos de trepar as arrecadações de forma a chegar ao telhado, depois disto seguia-se uma escada que nos conduzia ao ponto mais alto do prédio. Após passar por certas chaminés, chegava a altura de descer de novo para outras arrecadações, e agora sim estávamos no local pretendido, uma espécie de varandim que se encontrava munido de uma bela torneira mesmo à mão de semear. Começámos então a encher os balões, contando com a experiência de manuseamento de certos elementos do grupo. Enquanto as munições eram preparadas, os outros observavam as ruas em busca dos nossos eternos inimigos, os ogres!!!

O meu relógio marcava as 24 h quando iniciamos as hostilidades. Várias vítimas se apresentaram a serviço nessa noite, muitas delas passeando cães, sem saberem a sorte que os esperava. Uma delas, após ser bombardeada com qualquer coisa como doze a quinze balões de água, decidiu por bem tocar às campainhas do prédio em frente ao nosso posto. Uma dessas pessoas que aí residia tinha-nos visto nas nossas manobras bélicas e pelos vistos informou esta inconformada vitima, que se apressou a chamar as autoridades competentes. Foi uma coisa que me causou alguma confusão, habitualmente quando se trata de problemas com água, das duas uma, ou se chama o canalizador, ou, sendo demasiado chamam-se os bombeiros. Esta não! Decidiu chamar a polícia. Todos ficámos perplexos com tal coisa, uma vez que estávamos já a fumar os nossos cigarros no topo do prédio junto das nossas amigas chaminés quando vimos as duas viaturas da polícia a chegarem.

Iniciou-se a debandada geral. Após deixarmos a zona das chaminés, descemos as escadas e chegámos, de novo à zona das arrecadações. Estas não tinham cobertura e eram todas em rede, não era a primeira vez que saltávamos tal altura, mais foi de certeza uma das mais marcantes. Eu fui o último a descer e mais uma vez aplicou-se a mim a lei de Murphy. Dizia este, e com razão, que se algo podia correr mal iria correr e na pior altura possível, portanto se eu tivesse de ficar preso numa arrecadação, iria ficar quando tivesse a fugir à polícia. E assim foi, ao descer a arrecadação, usei a maçaneta da porta para apoiar o pé, de forma a facilitar a descida, e com isto a porta fechou-se deixando-me trancado. A minha reacção foi algo estranha pois estava seriamente convencido de que conseguiria abrir a porta, tarefa que se demonstrou impossível apesar da força investida. O tempo escasseava e eu tinha de sair de ali, portanto decidi sair pela arrecadação que se encontrava ao lado que, apesar dos obstáculos que tinha, era a única com a porta aberta. Descemos para ai até ao quinto andar quando vimos a luz do prédio se acendeu, era a polícia que, acompanhado do porteiro, se preparava para procurar no terraço alguns membros da milícia armada com balões de água. Eles já tinham chegado tarde, por isso descartámos os balões nuns vasos no quinto andar e mudámo-nos para o ponto diametralmente oposto no mesmo piso, para que pudéssemos seguir os movimentos de quem nos procurava. A busca não durou mais que dez minutos, mas esses dez minutos pareceram uma eternidade. Aproveitámos para mandar mensagens a amigos a dizer que estávamos a ser perseguidos naquele momento pela polícia. Aproveitámos também para tentar arranjar um álibi de forma a que, na eventualidade de nos encontrarem, termos as histórias a baterem todas certas. Foi nessa altura que alguém teve a brilhante ideia de me dizer para fazer uma ganza. Uma vez que estávamos a ser procurados, certamente que dava menos nas vistas tê-la no sangue em vez de no bolso, então selámos a noite dessa forma.

Continuo a não perceber como é que é possível destacarem dois carros da polícia por causa de uns meros balões de água, enquanto certamente àquela hora fariam falta noutros pontos da cidade, mas enfim é a cidade em que vivemos.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Revelação

Cheguei a uma conclusão chocante. As companhias farmacêuticas, não gostam de nós. Pode dizer-se, bem isto não é bem assim, só não gostam das pessoas que não têm dinheiro para comprar os seus produtos, tipo África. Desenganem-se. A verdade é que as farmacêuticas nutrem por nós um sentimento algo parecido ao que eu nutro pelo Paulo Portas, ou seja, gozam connosco nos nossos momentos mais frágeis.

Apercebi-me disso durante esta semana em que estive em casa de gripe. E é muito simples verificarem isso em casa. Muito bem estamos doentes, com dores no corpo e tal, para deixarmos de sentir as dores e de estar doentes o que é que fazemos? Medicamentos para o bucho!!! O problema é que os medicamentos sabem mal que é uma coisa parva, especialmente os solúveis em água. Assim sendo, não só nos sentimos mal por estarmos doentes, bem como por tomar os medicamentos. Deixo aqui a minha sugestão para as farmacêuticas. FAÇAM MEDICAMENTOS DOCINHOS! Obrigado e um bem haja!!!

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Porque é que eu não tenho, nem tão cedo terei hi5!!!

Basicamente, não tenho porque não me quis dar ao trabalho de o criar. Não o criei porque tenho para mim que este serviço, mais não faz do que despersonalizar amizades. Pelo que percebi, as pessoas não têm por hábito ir de encontro a outras na rua e fazer comentários do estilo “és muito gira e coiso, fica com o meu contacto”.

Outra coisa que me causa confusão é o facto das pessoas inserirem na mesma categoria de amigos, tanto os amigos que realmente têm, bem como os simples conhecidos através do serviço em questão. Como é que se sabe se são realmente nossos amigos? Nunca tivemos nenhuma demonstração da sua amizade que não fosse um simples comentário. Se estou numa loja de roupa e a empregada me diz que a roupa me fica bem não passa a ser minha amiga. Não sei, digo eu!!!